quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Moinho Suspenso num Jardim de Sonhos


 Título/Title: Moinho Suspenso num Jardim de Sonhos 
        (Windmill suspended in a Garden of Dreams)
 Ano/Year: 2010/11 
 Técnica/Technique: Mista s/ tela (Mix Media on canvas) 
 Dimensão/Dimension: 35x80 cm
 Autor/Author: Fernando Serrano
 Preço/Price: contact me 
 Materials: Acrylic, varnishes, china clay, marble powder, shells, paper and canvas

Inicialmente, este trabalho surgiu como parte de uma tela que seria feita por encomenda. Houve um estudo do espaço que a mesma iria ocupar, a temática desejada e as personagens que aí co-habitariam.
Uma das peças-chave nesse estudo tornar-se-ia o fantástico mundo secreto de uma dessas personagens. Os seus sonhos, as suas demandas de ventos interiores, como Cervantes escreveria, a procura do seu Caminho, a força de um mar irado e, condimentando tudo isto, a sua feminidade de uma Vénus repousante na sua concha.
Rapidamente este 'quadro' sobressaiu de tudo o resto. A tela cresceu e as ideias também mas o Moinho Suspenso, forte começou a ficar e tudo parecia pequeno e sem grande significado junto de si.
Os sonhos suspensos pareciam ter vida, cintilavam, como que iluminando o caminho a percorrer à esquerda, fortificado por searas de espigas ainda por nascer. Os desejos desse jardim eram férteis, como frutos de cores vivas que cresciam em fios de água vindos do mar. Um mar revolto que além de detritos e muita espuma também albergava conchas, as mesmas que a essa Vénus pareciam querer proteger. 
O moinho, simbolizando a guerra interna contra gigantes e dragões, comportava-se também como um farol em alto mar que salpicava um diurno e estrelado céu. 
Embora tenha feito parte da encomendada tela em 2010, foi apenas em 2011 que o Moinho Suspenso se libertou de tudo o que o circundava e sozinho me segredou a sua vontade. Separei-o, respeitando o seu desejo, e por fim assinei-o.
Agora, ao escrever estas linhas, entendo porque se destacou e assim pondo um ponto final a esta minha surreal obsessão.

FSerrano

1 comentário:

  1. E assim também eu entendo o seu real destaque... Ainda que a razão seja lógica, a descrição do movimento interior conduz à sublimação de um poder mais óbvio que poético. O moinho emerge como a parte de um todo que nasceu com brilho próprio, além circunstâncias tortas... facilmente perceptível na tua tela e no teu olhar.

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